BIOGRAFIA #13: EIICHIRO ODA

 

AS PESSOAS MORREM QUANDO SÃO ESQUECIDAS

 

Se existe alguém que nasceu para o ofício de mangaká, esse claramente é Eiichiro Oda. Desde muito jovem, aos quatro anos de idade, queria ser o que é atualmente, um famoso mangaká, e, mesmo com alguns percalços no caminho – como muitos passam lá no Japão -, não desistiu de seu sonho.

Sua carreira começou muito antes de One Piece, seja como assistente de mangakás mais famosos, seja como vencedor de prêmios em concursos. Escreveu e desenhou one-shots (literalmente: um tiro), ou seja, histórias curtas que se desenvolvem e se complementam em apenas um capítulo, para participar desses concursos. Um exemplo de uma delas é Wanted, narrativa que lhe rendeu, aos dezessete anos, o segundo lugar no grande festival da Shueisha, editora que produz a famosa Weekly Shonen Jump – conhecida pelos mais íntimos só como Shounen Jump -, Tezuka Awards (ou, em português, Prêmio Tezuka), na sua quadragésima quarta edição.

Em 1993, Oda já havia sido notado pelos editores da revista que, mais uma vez, o elegeram vencedor em um concurso. Além disso, foram os mesmos editores que não deixaram mais Oda de lado e nem sequer o deixaram disponível para qualquer possível editora adversária. Sabe-se que Oda conquistou muitos prêmios, trabalhou com gente muito conhecida e fez a fama de uma forma imprevisível, inclusive, deve-se deixar claro que ele é basicamente a J.K. Rowling dos mangás, pois One Piece é de longe o mangá mais vendido do mundo e da história – embora Dragon Ball ainda tenha o posto de franquia mais rentável. Agora, caso eu tivesse que apostar se isso se deve à quantidade absurda de capítulos, consequentemente mangás, ou a toda a narrativa incrível e maravilhosa do Oda, eu ficaria com a segunda opção.

Assim como Akira Toriyama, criador de Dragon Ball, foi um grande mestre para Oda, e tantos outros mangakás como Masashi Kishimoto, de Naruto, o nosso querido mangaká também se tornou uma inspiração para outros, como Hiro Mashima. Tanto que, algumas vezes, você pode até considerar um leve plágio.

Ainda deve-se ressaltar o quanto ele ama fazer o que faz, e não digo isso pela quantidade de capítulos em One Piece, mas pelo fato de que, mesmo acamado e muito doente, ele continua querendo desenhar. Masashi Kishimoto, amigo bem próximo de Oda e, como eles mesmos dizem, rival, já comentou em entrevista que, certa vez, quando foi visitá-lo no hospital – uma época que os fãs de One Piece ficaram duas semanas sem mangá -, tiveram que retirar o material de desenho da mão dele e obrigá-lo a não produzir. Existe até mesmo uma mensagem de Eiichiro pedindo desculpas por ter se ausentado. Não há outra palavra para defini-lo melhor do que dedicado!

Essa dedicação e amor pelas obras que cria fizeram com que fosse alguém extremamente reconhecido não somente no Japão, mas no mundo inteiro. Ele se dedica tanto que nem sequer vive com a família, passando muito mais tempo em seu estúdio e, literalmente, morando por lá.

Entretanto, ainda que esteja sempre trabalhando, Oda também é fã como todos nós, ainda mais de cineastas ocidentais, como o famoso Quentin Tarantino e Tim Burton. Vocês se lembram do Jack Skellington? Pois é, Oda é extremamente fã de The Nightmare Before Christmas (em português: O Estranho Mundo de Jack), que foi dirigido pelo Henry Selick (Coraline) e produzido pelo próprio Burton (Alice in Wonderland), tanto é que o Brook lembra bastante o Jack. Teria ele sido uma fonte de inspiração?

One Piece foi e ainda é uma inspiração para muitos mangakás e autores de todos os lugares do mundo. Há uma fala no mangá, ofertada para nós a partir do doutor Hiluluk, que diz que as pessoas morrem quando são esquecidas. Nessa lógica, Oda será imortal, não acha?

 

Quando vocês acham que as pessoas morrem?
Quando elas levam um tiro de pistola bem no coração? Não.
Quando são vencidas por uma doença incurável? Não.
Quando bebem uma sopa de cogumelo venenoso? Não.
Elas morrem… quando são esquecidas!
EIICHIRO ODA