BIOGRAFIA #04: AGATHA CHRISTIE

 

A IMAGINAÇÃO É UMA BOA CRIADA E UMA MÁ PATROA

 

Ao falarmos sobre romance policial, é inegável que nossa mente nos transporta para os rastros de Shelock Holmes ou para os casos sinuosos enfrentados pelos personagens de Edgar Allan Poe, e, obviamente, somos incapazes de nos esquecermos de Hercule Poirot, o detetive belga criado por Agatha Christie.

Com o epíteto de “Rainha do Crime”, Agatha Christie foi – sem sombra de dúvida – uma das mais criativas e brilhantes escritoras de seu tempo, inclusive, ainda tem muito espaço na contemporaneidade para seus textos e pistas a respeito de como pensava e os venenos que sempre os marcaram.

Como ela própria dizia: “a imaginação é uma boa criada e uma má patroa”; e de imaginação, Agatha conhecia muito bem, visto que escreveu, ao todo, 66 novelas policiais, 163 histórias curtas, 2 autobiografias e vários poemas. Além de, claro, ter escrito seis romances que fugiam de sua linha ficcional com o pseudônimo de Mary Westmacott. Seu talento era primoroso e ela ficou muito conhecida na época, sendo até mesmo – por conta de seu grande sucesso – condecorada com o título de Dama da Ordem do Império Britânico, em 1971.

Contudo, todo esse reconhecimento se deve ao seu brilhantismo em desfechos e os mistérios que elaborava, toda vez, muito primorosos. Ademais, também era uma especialista quando se tratava de venenos, por isso, utilizava-os tão bem na ficção. Quando participou da Primeira Guerra Mundial, como enfermeira, Agatha teve acesso a diversos tipos de venenos e também remédios, o que lhe deu a flexibilidade de conhecê-los e usá-los em suas narrativas.

Não era só na ficção que os mistérios adentraram a sua vida, pois, até hoje, não se sabe muito bem – embora o seriado Doctor Who explique maravilhosamente o porquê, no episódio “O Unicórnio e a Vespa” (04×07) – o que aconteceu, mas Agatha desapareceu por onze dias completos, algo que, na época, causou muito tumulto, tanto nos holofotes da imprensa quanto nas especulações que surgiram em seguida. Ela foi encontrada e ninguém, mesmo atualmente, sabe o motivo de seu sumiço, embora especulem que fosse por conta do adultério de seu marido – o que a levou a se separar dele dois anos depois e se casar com um incrível arqueólogo.

Ela conheceu o seu segundo marido na Mesopotâmia, onde tivera múltiplas inspirações para seus textos como Morte no Nilo e o Assassinato no Expresso do Oriente, obras muito conhecidas da autora. Na verdade, há tantos textos conhecidos de Agatha – e tantos textos escritos por ela – que fica difícil citá-los todos, no entanto, é impossível deixar de recomendá-los, visto que além de excelente narradora, é uma exímia detetive.

Passaram-se anos, décadas desde que seus escritos ganharam vida em suas mãos, porém, não perderam a magia, o mistério e também não deixaram de envolver os leitores do ontem, do hoje e, com certeza, farão com os do amanhã. Ler Agatha não é somente reconhecer uma das mais brilhantes autoras britânicas, é também se aprofundar nos mesmos mistérios que ela criou e desvendá-los, tanto quanto desbravá-los, dentro da sua narrativa. Hoje, Agatha completa 127 anos.

Parabéns, a nossa mais querida Rainha do Crime!