BIOGRAFIA #03: LIEV TOLSTÓI

 

NÃO EXISTE GRANDEZA ONDE NÃO HÁ SIMPLICIDADE, BONDADE E VERDADE

 

 

Vivemos em um mundo de hipocrisia, um mundo em que as pessoas olham cada vez mais para si mesmas e, aos poucos, a empatia morre. A decadência da humanidade não está somente na própria humanidade, mas no indivíduo em si, como já dizia Tolstói:

 

Cada um pensa em mudar a humanidade, mas ninguém pensa em mudar-se a si mesmo.
LIEV TOLSTÓI

 

Tolstói mudou a si mesmo, buscando compreender as filosofias de vida que o cercavam, vivendo na amargura de entender o mundo, as pessoas e também de superar as próprias ânsias que o levavam a desejar o suicídio. Desde a infância, sempre foi levado pelo desejo de escrever e ir contra as diretrizes sociais que eram impostas em sua época. Até mesmo em sua morte, o governo temeu uma revolução, visto que era não somente um brilhante escritor, mas uma mente influente.

Esse é o mesmo homem que influenciou multidões, inclusive, pacificadores, como é o caso de Martin Luther King e de Mahatma Gandhi. Hoje, continua influenciando muitas pessoas: sejam autores ou leitores.

Seus textos são obras de arte e são estudados por pesquisadores de todo o mundo, lidos por pessoas das mais distintas religiões e crenças sobre a moral, a sociedade e a filosofia. Os mais conhecidos textos, entre eles, são Guerra e Paz, Anna Karenina e A morte de Ivan Ilitch. Contudo, sua vasta obra não se limita – nem em qualidade, nem em filosofia – nesses três importantes textos, não só para a literatura russa, mas para toda a literatura mundial. Conhecer Tolstói é conhecer um pouco mais sobre a si mesmo, sobre o próximo e sobre uma crença otimista a respeito do mundo.

Tolstói sempre foi um homem rico e de origem ilustre, da mais alta aristocracia russa, descendente da princesa Maria Nicolaievna. Contudo, a sorte não estava ao seu lado e desde jovem a morte havia o assolado, levando-lhe o pai e a mãe. Foi criado por suas tias e educado em casa até que decidiu estudar Ciências Jurídicas e Línguas Orientais.

Ele abandonou os estudos e foi viver no campo, onde ficou conhecido como o “Conde de Tolstói”, vivendo sua vida entre suas terras e São Petersburgo. Em 1851, iniciou sua carreira de oficial e conheceu a guerra – experiência que o auxiliou a escrever com brilhantismo o seu livro Guerra e Paz -, e, foi durante esse meio tempo, que escreveu seu primeiro texto Infância (1852). Em 1856, desgostoso da profissão que exercia, demitiu-se do exército.

Foi em suas terras que Tolstói sentiu a dúvida e o peso da vida, como também foi nelas que encontrou a solução para suas aflições ao observar os seus servos – que passou anos e anos cuidando com afinco – por sua simplória e maravilhosa filosofia de vida. Tolstói se tornou um homem tão desprendido de seus bens materiais que desejou doar tudo, porém, foi impedido por sua esposa, cuja qual compartilhava a experiência de ter treze filhos (embora cinco tenham morrido ainda na infância) e morreu aos 85 anos.

A sua morte física foi há muito tempo, mas todos os fãs e leitores de Tolstói ainda guardam suas palavras em seu coração e o seu talento como fonte de inspiração. Tolstói, embora tenha deixado de estar no mundo dos vivos, ainda vive – mais radiante do que nunca – nas mentes que o leem, nos pensamentos que faz surgir quando alguém pega um de seus textos para ler.

Hoje, Tolstói completa 189 anos de existência. Obrigada por sua arte, por seu talento e por tudo que trouxe para nós!